segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vida louca vida

 Sem mais nem porque estava sentada ao pé da parede ouvindo vida louca vida do Cazuza. Começou a pensar em sua vida que nada tinha de louca, mas de parada. Sim! Parada. Imaginava onde devia ter deixado toda a ação de sua vida. Toda a adrenalina, todo o sentido... Quis dar uma volta em seu passado para tentar resgatar toda a importância de sua vida. Não tinha uma máquina do tempo, mas tinha uma imaginação e uma lembrança que se assemelhava a uma e logo se pôs a voltear seu passado na tentativa de resgatar a razão do seu viver.
Visitou sua infância e quase ficou por lá, não fosse um episódio desagradável, percebeu que não conseguia fazer com que a entendessem. Visitou sua pré-adolescência, gostou, ficou uns dias por lá... Mas percebeu que sua voz não tinha vez. Então decidiu ir até sua adolescência, essa quase passou direto, mas lembrou-se do que chamavam rebeldia e quis saboreá-la mais uma vez. O ápice da vida em que se sentia dona do mundo, em que se sentia com toda a razão. Percebeu que era apenas rebeldia e não conseguia mais uma vez fazer com que a entendessem.
Eis que chegou ao inicio do que chamavam fase adulta. Transição da fase rebelde para aquela de tentativa de ser responsável. Mas essa era ainda mais difícil. Queria ainda ser adolescente, curtir a vida com toda a liberdade possível, muitos ficam presos nessa fase. Confundia-se muito, ainda era adolescente ou já amadurecera? Ficou por um tempo nessa de não saber o que era, mas logo passou à fase adulta propriamente dita. Essa foi a de responsabilidade ao extremo, já não fazia por si, mas por outros. E às vezes se aborrecia e aborrecia os demais. Dizia não ter sido preparada para tal fase. Mas era ali que se encontrava. Volteou todo seu passado e percebeu que nunca fora compreendida e que provavelmente nunca irá fazer com que a compreendam. Seria mesmo necessário que os outros a compreendessem ou seria ela que devia se entender, se compreender primeiro?!

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