domingo, 4 de julho de 2010

Querido blog,

É incrível como... Antes de sentar-me nessa cadeira tenho tantas coisas para te escrever, mas quando sento esqueço tudo. Deve ser porque as coisas planejadas não dão muito certo comigo, pelo menos aqui não. Então eu começo meu que espontaneamente e de palavra em palavra vou tecendo e no final resta um texto. Há dias queria escrever sobre meu Pai, figura maravilhosa que eu tanto amo, apesar dos pesares. Lembro-me muito dele, das coisas que ele me contava e me ensinava e tambem dos ciúmes doentios dele. Eu ainda nem pensava em namoro ou algo do tipo, tá bom, eu pensava nos garotos da escola bonitinhos, coisa de adolescente, ou algo do tipo, mas morria de medo do velho. Ele foi capaz de colocar um vigia no meu pé, claro que eu desdobrava o coitado, era raro o pobre dar por mim. Certo dia, no barzinho passatempo do meu pai, um garoto que estava apaixonado por mim resolveu enfrentar a ferra e foi até o bar. Ele foi para me ver, mas para disfarçar foi jogar sinuca com alguns dos homens que por lá se encontravam. Os outros amigos dele que já sabiam do propósito meio que sem querer, ou querendo mesmo, soltaram que ele tinha ido lá para me ver, é preferível nem lembrar a cena, rsrs. Meu Pai disse tanta coisa para esse menino que nunca mais ele quis me ver, o garoto era até simpático e as meninas estavam todas querendo a paixão do coitado. Foi incrível, fiquei morrendo de pena do garoto e raiva de meu Pai. Eu não queria nem pisar na escola. Hoje meu Pai já é controlado, eu até brinco com ele dizendo-lhe que a qualquer dia levo meu amor para ele ver, meu futuro marido. Kkk. Quando vou à casa dele com algum rapaz e ele me pergunta quem é, eu brinco dizendo que é meu marido, claro que ele não acredita, por que eu sempre disse que só iria casar quando ele me levasse até o altar, num lindo vestido branco... (sempre que vou lá digo-lhe para viver mais tempo.) Hoje entendo que ele só queria o meu bem, afinal eu era bem novinha. Outra coisa que gosto de lembrar é das historias que ele me contava em dias de lua clara no alpendre da casa. Ele me contava historias sinistras, bem como de lobisomem..., dessas, eu amava! Ele até falou que viu um. Veja só ele mentindo para mim, só para me deixar entusiasmada. E eu dizia: “Serio Pai! E o que você fez?...” coisas do tipo. Tinha dias que ele não estava muito entusiasmado para esse tipo de coisa mesmo assim ele inventava uma historinha aqui, outra ali. Claro que historias desse tipo me fazia ir dormir na cama de meus pais. Contudo, eu amava! Certo dia ouvimos aquela marcinha do vestibulando, que eu não lembro o titulo. Eu ainda não entendia muito desse negocio de vestibular, mas nunca esqueci do que ele me falou ao notarmos a felicidade do rapaz que havia passado no vestibular: “Um dia terei o prazer de ouvir essa musica, porque minha filhinha vai passar no vestibular!” ele queria viver esse momento, e quando eu soube e ouvi meu nome no radio lembrei muito dele e a vontade que me deu foi ir voando ouvir essa musica ao lado dele! É por essas e outras mais que amo esse velho. Não vou contar todos porque não dá, pelo menos agora não. Mas quem sabe um dia. Papai te amo e você é meu herói!

A.R. MORAES

6 comentários:

  1. Nara, ao ler seu texto me lembrei de minha infância também ao lado de meu pai, os momentos em que passamos juntos. Me lembro que ele tinha dois álbuns de cinema, cheios de figurinhas com astros e estrelas de Hollywood, com todas as informações sobre eles. Aqueles álbuns eram objetos de puro fascínio pra mim e meus irmãos. Me lembro que eu passava tempo olhando aquelas figurinhas. Um dia um homem amigo de meu pai o convenceu a destruir aqueles álbuns, alegando que aquilo era do mal. Ficamos muito sentidos quando vimos que aqueles álbuns não existiam mais. Hoje meu pai se arrepende de ter feito aquilo. Eram obras raríssimas, e foi também o que me fez gostar de cinema. Aqueles álbuns e também as revistas em quadrinhos foram meus primeirs objetos de leitura. Eu aprendi a ler e escrever através deles. Quando entrei na escola, eu já sabia ler e escrever. Na verdade me considero um autodidata, mesmo tendo terminado o ensino médio em colégios. Me lembro também que meu pai costumava nos levar ao estádio de futebol daqui de nossa cidade e ficávamos ali até mesmo em dias que não haviam jogos. Era uma época que não volta mais e que não se repetirá. Mas, como tenho um pouco do complexo de Proust, eu vivo também de lembranças.
    Seu texto como sempre está lindo.
    Um beijão para a minha escritora preferida da boquinha de morango!!!

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  2. É bom reviver essas lembranças, que às vezes nos faz bem, claro que só gosto de lembrar das boas, mas quando as ruins insistem em aparecer eu apenas fico a sorrir e vejo que passou, isso me fez lembrar uma musica da nana caimmy*(acho que é assim o nome dela) o nome da musica é "tempo". bom saber disso Kley, é inspirador!
    bjosss

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  3. Oiee
    Mto legal teu texto sobre o teu pai,nunca tive um vinculo mto grande com o meu...
    Gosto de lembrar do passado,de estudar o passado em Historia,mas tendo a ver com o meu passado,já não sei mto...
    Qto ao casamento,ainda é cedo,viu!!!
    Qto ao vestibular...deve ser bem (bem não...É totalmente excelente!!!!) passar no vestibular!!!
    O teu pai é o teu heroi e a minha irmã é a minha heroina!!!

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  4. Nara não vai mais se casar comigo? Fiquei triste agora. sendo assim, vou me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei.

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  5. opa, tem muitas mulheres lá, as mulheres que você quise... kkk
    muito bom!
    você tem coragem de ir ter com meu Pai e pedir minha mão?? kkkkk
    bjss

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  6. Pode ter certeza que encaro essa missão como um Dom Quixote destituído de qualquer medo ou receio. Quando ele vai poder me receber? RSrs.

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