Alma de Esfinge
Indecifrável, assim eu sou.
Coração impenetrável
Como fora Tebas na presença da
Esfinge.
Interrogo-me se um dia há de vir um Édipo
para decifrar-me.
Se sim, que não demore,
Pois o tempo passa e não espera.
O tempo cruel deixa marcas, registra
sua passagem,
Não se preocupa com os danos.
Só um Édipo há de me decifrar
Os que por aqui passaram, devorei-os
todos.
A mim não souberam decifrar.
Não tardes! Vem decifrar-me, vem meu
coração entender.
E assim fará a mim, também,
compreender que não sou tal monstro
incapaz de amar antes de morrer.
A.R.MORAES
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