sábado, 22 de outubro de 2011

Ela e ele



Céu azul, dia ensolarado, mas com aquele ar de inverno. Como se ela soubesse que mais tarde iria chover... Deixou-se ficar em seu quarto, não quis ouvir nenhum outro som, apenas as musicas que havia selecionado. Fechava os olhos e aumentava o volume das musicas. O corpo caia sobre a cama e ali começava a pensar e repensar toda sua vida e atitudes. Era incrível como acontecia!
Abrira os olhos e pela janela de seu quarto espionava o azul do céu. Observou como era lindo e imenso. Quis voar e ir de encontro com aquela imensidão. Sabendo que fisicamente era impossível realizar esse feito, esse desejo ardente; tornou a fechar os olhos e usou do mais precioso dom naquele momento, a imaginação. Sentia-se leve, literalmente nas alturas. Sentia um vento frio e delicado soprar seu rosto, todo o seu corpo. Era como se o vento delicado massageasse todo o seu corpo; soprasse como se tentasse minimizar uma queimadura. E aquilo provocava um arrepio em seu corpo. E ela não queria mais abrir os olhos, foi alimentando mais e mais sua bela imaginação. Podia sentir um cheiro delicioso de flores e logo se imaginou num enorme roseiral, praticamente se transportara da imensidão azul para um campo enorme de rosas, de todas as cores e cheiros, imaginou o vento em sua direção e levando consigo os cheiros de todas as rosas. Ela abria os braços e deixava que o vento a envolvesse e ele com toda a sua delicadeza a envolvia com aquele cheiro maravilhoso e a levantava, como se não quisesse que seus pés tocassem o chão.
Ele sabia que ela era delicada e especial; que só ela sentia a importância e o companheirismo dele. Exatamente porque ela se assemelhava a ele. Havia momentos em que estava furiosa, momentos estes que ela queria derrubar tudo que via pela frente, tudo que estivesse em seu caminho quando passasse. Outros, porém, que ela estava calma, leve... Chegava a produzir um silvo delicado e musical para os ouvidos de quem a ouvia. Outros praticamente não notariam sua presença. Tranquila e “na sua” passava despercebida.
E ele... Ele notava a semelhança entre eles. Justamente nesse dia em que o céu estava belo, ela calma, ele apaixonado. Justamente nesse momento ele a quis levar nas alturas e ela se deixava. Se deixava ser acariciada, ser tocada, ser sussurrada ao ouvido com aquele silvo maravilhoso que só ele e ela sabiam produzir e compreender. Naquele momento nada nem ninguém a poderia tirar do seu estado de pura leveza e felicidade. Havia esquecido todos os seus problemas, todas as suas preocupações; havia esquecido o mundo em seu redor. Era apenas ela e ele. Ambos calmos, ambos amantes, ambos felizes. E não abriu mais os olhos; permaneceu onde estava e não tardou muito choveu e ela dormira. Eram apenas ela e ele.

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